sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sinto saudades...

É... sinto saudades...
No plural
porque é muito...
Sinto saudades do que vi
e do que, ainda,
não divisei,
como se um cheiro
não sentido,
não programado,
mas amado,
trazendo a bondade
e a vontade toda,
da voz não ouvida,
da cançao perdida,
dos passos que não foram,
simplesmente,
ficaram...
Sinto saudades das horas,
dos dias nostálgicos,
da nostalgia,
a magia,
das imagens mal formadas,
idealizadas,
perdidas, talvez,
ou, talvez, nunca,
encontradas.
É... sinto saudades...
no plural, porque muitas são,
que no peito não cabem,
só sabem,
do sempre,
a inexistência
e, do nunca,
ser tempo demais...
Saudades...
extravasadas
em corrente água,
salgada água do pranto,
sem, de ser,
a razão,
corredeiras soltas,
os mares encontrando,
à origem voltando,
evaporando,
penetrando,
diques, talvez,
truncando,
rompendo...
É... sinto saudades...
Admito à mim mesma,
como o sol admite a luz,
o calor que queima,
mas aquece,
como a nuvem,
à  chuva,
irremediável,
inconteste...

Telma Regina

Nenhum comentário:

Postar um comentário